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166 dias!

Logo que começou a quarentena, escrevia quase todo dia sobre o que fazia, as dificuldades que encontrava e as soluções que encontrava para manter a sanidade física e mental.

Lá pelo 90º dia, cansei de escrever crônicas e comecei a colocar meus sentimentos em um texto longo que pretendo publicar e que retrata o sofrimento e a redenção de alguém internado em um quarto de hospital em razão do vírus.

Nesse período terminei um texto que será publicado em breve por editora nacional e também em Portugal, que se encontra em fase de produção.

Não bastasse isso, comecei a escrever um tratado de direito eleitoral que já tem quase 300 páginas e outro texto sobre estar em estado de guerra, com todas as suas angustias.

Aos que pensam que só escrevo, informo que continuei atendendo clientes do escritório de advocacia, por telefone ou vídeo, peticionando e fechando negócios.

Sendo possível, caminho umas duas horas em um clube deserto, usando máscaras. Não sendo possível, pedalo em casa, sem sair do lugar.

E ainda sobra tempo para dar palestras virtuais, participar de debates em “lives” e assistir eventos jurídicos. Sem contar, é claro, as reuniões presenciais com máscara e o devido distanciamento físico com meus filhos.

Não quero ser exemplo para ninguém, apenas relatar o que tenho feito para sobreviver com um mínimo de sanidade física e mental nesse período que dividirá a história do mundo em a.P. (antes da pandemia) e d.P. (depois da pandemia).

Sei que milhares de pessoas, em razão de suas condições econômicas e espécie de atividade profissional não tiveram possibilidade de se proteger tanto quanto eu, e por isso esses recebem meu especial respeito e admiração.

Às centenas de milhares de vítimas fatais e outras que venceram a doença, reservo minha admiração e carinho.

Somos todos humanos e, especialmente nessa pandemia, iguais, em direitos e agravos sanitários.

Espero não escrever mais nada sobre o assunto, mas isso é só uma ilusão, pois temos longo caminho pela frente, mesmo depois da disseminação mundial e solidária de vacinas.

Deus nos ilumine.

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João Marcos Adede y Castro

JOÃO MARCOS ADEDE Y CASTRO é graduado em Direito pela Universidade Federal de Santa Maria, sendo Mestre em Integração Latino Americana, pela mesma Universidade.

 

É doutor em Ciências Jurídicas e Sociais, pela Universidade del Museo Social Argentino, e doutorando em Direito Civil pela Universidade de Buenos Aires, ambas de Buenos Aires.  

 

Foi Promotor de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul por quase 30  anos, tendo exercido as atribuições de Promotor de Justiça Especializada de Defesa Comunitária, com atuação preponderante nas áreas de defesa do meio ambiente, interesses sociais e coletivos e improbidade administrativa. É Professor Universitário.

 

 É membro e  foi Presidente da Academia Santa-Mariense de Letras, ocupando a cadeira número 16, cujo patrono é o escritor e jurista  Darcy Azambuja. É advogado em Santa Maria, RS.

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