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IGUALDADE PARA SITUAÇÕES DESIGUAIS?


Tem gente que adora encher a boca ao pronunciar a pequena palavra “igualdade”, assim como quase chora ao falar “povo”.

Esquece, apenas, que quando a Constituição fala que “todos são iguais perante a lei” está apenas garantindo a todos que implementem as mesmas condições o mesmo tratamento.

Como se pode imaginar que àquele que não se instruiu seja garantido a mesma remuneração paga a quem cursou faculdade, fez mestrado e doutorado e se submeteu à vários e complicados testes de capacidade.

Não adianta vir com o papo fácil e comodista de que ao não instruído não foram dadas as mesmas oportunidades, pois todos nós sabemos que quem quer acha um jeito, quem não quer, acha uma desculpa.

Não se trata de dizer que tal cargo, função, emprego ou atividade é mais importante que a outra, mas apenas que são diferentes.

Li dias atrás um artigo em que o articulista dizia que se os empresários acham sua atividade difícil, deveriam entregá-la aos empregados! Oiga, como é fácil dizer bobagens. Quer dizer que o cara investiu milhões de reais, trabalhou décadas como um desgraçado e quando está em dificuldades por conta de excessiva carga tributária, deve abdicar de tudo e entregar seu patrimônio para os trabalhadores, de mão beijada?

Mas, mesmo que isso acontecesse, estariam os trabalhadores preparados técnica e financeiramente para tocar a empresa, contratar empregados, pagar salários, enfrentar a burocracia do Estado?

Há quem defenda que um engenheiro deve ganhar o mesmo que um pedreiro, mesmo que esse, pois mais qualificado que seja na prática saiba apenas assinar o nome. Por Deus, onde vive essa gente?

Fosse assim, bastaria fechar todas as escolas, afinal “a minha escola é a da vida”.

Assim, e isso não significa desrespeitar os iletrados, por evidente que os tecnicamente mais preparados, normalmente aqueles com maior instrução formal, não são iguais a todos os outros, e isso tem de ser valorizado, social e economicamente.

Nivelar por baixo não constrói uma nação, a não ser que desejemos para nós o papel de escravos de outros países.

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João Marcos Adede y Castro

JOÃO MARCOS ADEDE Y CASTRO é graduado em Direito pela Universidade Federal de Santa Maria, sendo Mestre em Integração Latino Americana, pela mesma Universidade.

 

É doutor em Ciências Jurídicas e Sociais, pela Universidade del Museo Social Argentino, e doutorando em Direito Civil pela Universidade de Buenos Aires, ambas de Buenos Aires.  

 

Foi Promotor de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul por quase 30  anos, tendo exercido as atribuições de Promotor de Justiça Especializada de Defesa Comunitária, com atuação preponderante nas áreas de defesa do meio ambiente, interesses sociais e coletivos e improbidade administrativa. É Professor Universitário.

 

 É membro e  foi Presidente da Academia Santa-Mariense de Letras, ocupando a cadeira número 16, cujo patrono é o escritor e jurista  Darcy Azambuja. É advogado em Santa Maria, RS.

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